Friday, November 04, 2011

Cap. 1- A little bit longer and I’ll be fine


As coisas nem sempre pareciam tão ruins, ultimamente tudo tem sido calmo, até demais. Os resultados das minhas provas finais saiam aos poucos e não estavam lá muito bons e eles já estavam me deixando louca. Fiquei muito triste com todas as notas insatisfatórias, não estavam a baixo da média, mas também não eram as notas que eu costumava tirar, bom também com tantos problemas nós não esperava que fossem boas, mas mesmo assim algo dentro de mim me colocava pra baixo cada vez que as via.
Eu me sentia como se olhasse para o espelho e não me reconhecesse,era como olhar para trás e perceber que algo se perdeu pelo caminho, eu não era mais a mesma, uma parte de mim se fora. Já não sorrio como antes, não vou bem na escola como antes, não entendo as coisas ao meu redor, já não sei mais quem eu sou.
Mas também não importava mais quem eu era ou como estavam as minhas notas, faltava apenas um mês para o final das aulas, o primeiro trimestre já estava acabando, logo as férias chegariam e isso realmente me preocupava, ficar em casa com minha mãe nada estressada seria um inferno maior ainda.

Por mais que eu tentasse evitar as brigas com a minha mãe, não adiantavam, elas eram cada vez mais freqüentes. Eu não queria responder, fui criada dentro de princípios e valores muito rígidos, e sabia que responder para a minha mãe era uma tremenda falta de respeito, eu me sentia péssima todas as vezes que o fazia, porém, não tinha como me controlar algumas vezes, quando e sabia que ela estava sendo injusta, ou por ela reclamar sempre das mesmas coisas. Era insuportável passar os dias assim e ficava pior quando meu pai estava junto.

Já estávamos no meio de Maio e nada parecia melhorar toda a minha família, que antes ligava todos os dias para checar a situação emocional de minha mãe e, se precisava-mos de alguma coisa; agia como se tudo estivesse normal, aparentemente todos se esqueceram. Ficaram meses sem nos ligar, até que fomos convidados para a festa de aniversário do meu tio, e foi lá que tudo começou a melhorar.

***
Depois de uma longa semana procurando um presente não ta caro mas de boa qualidade; após várias discussões que me renderam alguns dias sem falar com a minha mãe, encontramos o tal presente.

O salão era grande, e havia mais gente do que imaginei. A entrada não era tão grande, mas ao passar a porta havia um grande corredor, cheio de mesas, com toalhas brancas e flores. Atravessamos o salão e o cumprimentamos desejando-lhe parabéns.
Não era exatamente A festa, apesar de ter uma música animadinha e pessoas dançando na pista, ainda sim, metade do salão era pessoas de meia idade que ficam conversando sobre algum assunto qualquer. Eu já estava ficando entediada por não fazer nada, resolvi então subir onde estava o DJ para conferir o equipamento de som e sair um pouco daquela mesa chata.

Era irritante como aquelas pessoas ficam dançando músicas antigas com uma coreografia horrível, mas pelo menos eu estava distraída com aquela cena engraçada. Lá do alto dava pra ver todo o salão, foi de lá que vi meu tio indo falar com a minha mãe, carregando um envelope na mão; seria dinheiro? Eu realmente esperava que não, aquilo só iria nos render mais noites mal dormida e muitas lágrimas pelo rosto de minha mãe.
Fiquei muito curiosa á respeito do misterioso envelope que meu tio carregava, ele estava sentado conversando com ela, eu seu rosto havia uma mistura de surpresa, tristeza e felicidade. Resolvi então descer disfarçadamente para o salão novamente e ficar na pista de dança ainda os observando; eu precisava de uma desculpa para voltar á mesa, mas nem precisei pensar em uma, minha prima se dirigiu até mim e pediu para que eu me sentasse lá, pois meu tio estava me chamando. Quando sentei ele apenas sorriu e notei que havia outro envelope,maior,em cima da mesa.

- O seu tio tem algo para você - disse minha mãe ainda com aquela mistura de sentimentos

Olhei para ele apenas esperando que me entregasse ou falasse o que precisava. 

- Aqui tem dinheiro para você usar como achar apropriado.-disse-me mostrando o pequeno envelope

“Dinheiro? Era ele quem fazia aniversário e eu quem ganhava presentes?” – Pensei

- Já aqui...Bem aqui tem uns papéis que gostaria que analisasse e pensasse de forma sensata.
Entregou-me o envelope maior cor de marfim e continuou.

- Depois conversaremos sobre isso melhor, há muitas coisas á serem discutidas e analisadas com cautela e aqui não é lugar para isso. Já conversei com sua mãe, ela lhe explicará algumas coisas e conversaremos ainda esta semana.

Logo se levantou, me abraçou e dirigiu-se ás outras mesas para conversar com os outros convidados. Eu sentia um impulso muito grande de abrir o envelope, mas achei melhor abri-lo apenas em casa. 

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